Vacinação
O calendário oficial de vacinação inclui duas etapas:
Primeira etapa: de 1º a 31 de maio - devem ser vacinados todos os bovinos e bubalinos independente da idade.
Segunda etapa: de 1º a 30 de novembro - devem ser vacinados bovinos e bubalinos com idade de zero a 24 meses.
Prazo para declarar a vacinação
As informações sobre o rebanho vacinado devem ser entregues até o 10º dia após o término do período de vacinação, ou seja: etapa maio – até 10 de junho e etapa novembro – até 10 dezembro.
Penalidades
- O produtor que não vacinar seu rebanho estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal.
- O produtor que não fizer a declaração de vacinação do seu rebanho estará sujeito a multa de 05 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal.
Como comprar a vacina
O produtor deve apresentar seu CPF na loja revendedora e adquirir as doses necessárias para o montante do rebanho. O produtor será capaz de realizar a declaração eletrônica somente após o revendedor cadastrar a venda da vacina.
Recomendações e cuidados com a vacina
Seja no momento da compra, durante o transporte ou ao vacinar os animais é importante:
- Manter os frascos de vacinas em geladeiras ou em caixas térmicas com muito gelo, entre 2 e 8°C, para conservar sua capacidade de imunização
- Conservar a pistola de vacinação dentro da caixa com gelo, quando não estiver em uso
- Agitar o frasco da vacina antes de fazer a aplicação
- Usar agulhas novas e desinfetadas
- Aplicar a vacina (2 ml) na tábua do pescoço do animal
- Lembrar que os melhores horários para vacinar o gado são os horários mais frescos - no início da manhã e ao fim da tarde
- Anotar a quantidade de animais vacinados por sexo e faixa etária para comunicação ao IMA.
Sobre a febre aftosa
O que é a Febre Aftosa?
Febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) – principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. A doença é causada por um vírus do qual existem 7 tipos, que produzem sinais clínicos similares. Os diferentes tipos só podem ser identificados em laboratório.
Como a Febre Aftosa é transmitida?
O vírus está presente em grande quantidade no fluido das vesículas e também pode ocorrer na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados. A contaminação de qualquer objeto com qualquer dessas fontes de infecção, é uma fonte perigosa de transmissão de um rebanho a outro. No pico da doença o vírus está presente no sangue. Animais infectados começam a
excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. Os suínos eliminam grandes quantidades de vírus.
A transmissão via aérea da doença pode ocorrer e sob condições favoráveis de clima, a doença pode se espalhar por consideráveis distâncias por essa via.
Os animais adquirem o vírus ou por contato direto com outros animais infectados, contato com alimentos e objetos ontaminados.
A doença é transmitida mecanicamente pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros que tenham sido contaminados pelo vírus. Caminhões, carretas, recintos de leilões, feiras e currais de embarque nos quais tenham circulado animais infectados são perigosas fontes de contaminação, caso não sejam devidamente desinfetados. Estradas podem também ser contaminadas e o vírus pode ser carreado nos pneus dos veículos
em trânsito.
Os calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes podem transmitir o vírus.
A Febre Aftosa pode ser transmitida às pessoas?
A transmissão para seres humanos é raríssima. Só existe um registro de Febre Aftosa em humanos na Grã Bretanha em 1966. Os efeitos gerais da doença na pessoa são muito similares à gripe com algumas aftas. A Febre Aftosa é uma doença de curta duração e autolimitante. A doença em animais não tem implicações para a cadeia alimentar humana. Existem várias
condições humanas com sintomas semelhantes que não têm nenhuma relação com a Febre Aftosa.
Quais espécies animais são susceptíveis à Febre Aftosa?
Os bovinos, ovinos, suínos e caprinos são susceptíveis. Também são susceptíveis os camelídeos (camelos, lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas) e as espécies de animais silvestres de cascos fendidos, como capivaras, elefantes e outros animais de zoológico.
Quais são os sinais da Febre Aftosa?
Os principais sinais clínicos são aftas (vesículas) na boca ou nos pés e outros sinais, os quais podem incluir:
Bovinos– Febre, inquietação, salivação (babeira), dificuldade de mastigar e engolir alimentos, tremores, queda da produção de leite, dor nos tetos ao ordenhar ou amamentar, ferimentos nos pés e manqueira. O animal pode parar de ingerir alimentos e água, e tende a ficar isolado no pasto e posteriormente deitar. Estalar dos lábios e movimentos estranhos da mandíbula com
salivação ao redor dos lábios que cai no chão. O emagrecimento é marcante devido à febre e à dificuldade de alimentar, beber e locomover.
Ovinos e Caprinos – Febre, severa laminite, afetando uma ou mais patas, manqueira, tendência a deitar e não querer levantar, maior mortalidade nos animais jovens. Sinais clínicos na boca são menos freqüentes.
Suínos – Febre, laminite aguda, inquietação, dificuldade de mastigar e engolir alimentos. Sinais clínicos na boca são menos visíveis, mas podem ocorrer vesículas no focinho e na língua.
Quais tipos de vírus existem?
Existem 7 tipos principais: O, A, C, SAT. 1, SAT. 2, SAT. 3 e Ásia 1. Dentro de cada tipo existem vários subtipos, e.g. O1 e A22. O período de incubação médio é de 3-8 dias, mas pode ser mais curto ou pode se estender até 14 dias ou mais. Quando os animais se recuperam da infecção por um tipo de vírus eles não ficam protegidos contra infecções por outros tipos.
Como o vírus é destruído?
O vírus pode ser destruído pelo calor, luz solar, baixa umidade ou certos desinfetantes. Entretanto ele pode permanecer ativo por longos períodos de tempo em condições favoráveis, tais como: carnes congeladas ou resfriadas, não maturadas, de animais infectados, ou objetos contaminados.
Quais os efeitos da Febre Aftosa?
A doença raramente é fatal, exceto nos casos de animais muito jovens, os quais podem morrer sem apresentar sintomas. Os efeitos secundários da febre aftosa são muito sérios, pois os animais afetados perdem condição corporal e produção e freqüentemente ocorrem infecções secundárias que prolongam a convalescência. A perda de produção de leite e carne é severa.
O principal efeito da Febre Aftosa é comercial. A ocorrência da doença afeta enormemente a abertura dos mercados aos produtos de origem animal. Devido ao alto poder de difusão do vírus e à possibilidade de sua veiculação por grandes distâncias e períodos de tempo sob condições favoráveis, os países estabelecem fortes barreiras à entrada de produtos oriundos de regiões onde ocorreram casos da doença. Estas barreiras têm um efeito devastador para a pecuária e toda a economia do país, com graves conseqüências sociais. A identificação da infecção pelo vírus, independente da apresentação de sinais clínicos já é considerada um foco da doença, impedindo a comercialização de animais, produtos e subprodutos de origem de
animais susceptíveis para zonas e países livres da doença.
A Febre Aftosa tem cura?
Não existe tratamento. Ela normalmente cumpre seu curso de 2 a 3 semanas, quando a maioria dos animais se recupera naturalmente. O sacrifício sanitário permanece como a medida de controle principal para evitar a difusão da doença, o que provoca desastres econômicos e problemas relacionados ao bem estar animal.
Como a doença é controlada?
Após a detecção da doença, a política de controle básica utilizada é o sacrifício sanitário de animais doentes, eliminação de fontes de infecção, contatos e susceptíveis, para bloquear o avanço da infecção.
A vacinação dos bovinos e bubalinos com vacina oleosa, de acordo com o calendário oficial de cada região, tem papel fundamental na erradicação e prevenção da doença. No Brasil, a vacinação contra febre aftosa é praticada em todos os estados e no Distrito Federal, com exceção de Santa Catarina, que é livre da doença sem praticar a vacinação desde 2000.
O que acontece quando um animal suspeito é encontrado?
O proprietário, criador ou tratador de um animal suspeito deve, obrigatoria e imediatamente, comunicar ao serviço veterinário oficial mais próximo. O proprietário ou criador não é capacitado para diagnosticar a doença, mas ele deve conhecer os principais sinais clínicos que levam a suspeitar. Todos devem procurar se familiarizar com os sintomas da doença e chamar um veterinário o mais rápido possível; nunca pedir opinião aos vizinhos e outros leigos, o que pode acelerar a transmissão entre fazendas.
Restrições são impostas nas fazendas desde o momento da notificação, proibindo qualquer movimentação de animais, pessoas e materiais, sem a autorização, até que o serviço veterinário oficial faça as devidas investigações. Se sinais sugestivos de Febre Aftosa estão presentes nos animais, o serviço veterinário oficial aplica um termo de interdição, proibindo as movimentações de animais das fazendas localizadas dentro de um raio pré-estabelecido, adota medidas de biossegurança, para impedir sua disseminação, e inicia a investigação epidemiológica e colheita de amostras dos animais afetados para envio aos laboratórios oficiais de diagnóstico. Com os resultados de laboratório e da investigação epidemiológica, o serviço veterinário oficial decidirá pela desinterdição da área ou declaração de foco de Febre Aftosa.
O que acontece quando a doença é confirmada?
Ocorrendo a confirmação do foco de Febre Aftosa, será estabelecida uma zona de proteção com um raio mínimo definido pelo serviço veterinário oficial em volta das áreas com animais infectados e uma zona de vigilância, também com raio mínimo definido pelo serviço veterinário oficial.
A ocorrência será amplamente comunicada a toda a comunidade nacional e internacional, a movimentação de animais e pessoas das propriedades será controlada e medidas de bioseguridade serão intensificadas. Um desinfetante apropriado deverá ser usado para calçados, roupas e veículos antes de entrar e sair das áreas afetadas. O mais breve possível, após a confirmação da doença, os animais susceptíveis das áreas atingidas deverão ser avaliados para compensação ao produtor, sacrificados e suas carcaças devidamente destruídas ou destinadas a tratamento para inativação do vírus. Um criterioso trabalho de vigilância sanitário se iniciará, visando eliminar as fontes de infecção e restabelecer a condição de área livre da doença.
Quanto antes os animais infectados forem identificados, melhor o controle, menores os danos aos rebanhos da região, e mais rápida a recuperação da condição sanitária.
Fonte: Ministério da Agricultura, Peucária e Abastecimento
Trânsito de animais
Durante a campanha de vacinação, o transporte de bovinos e búfalos somente será autorizado após a realização da vacinação e da comprovação, tendo que aguardar o prazo previsto para movimentação, após a aplicação da vacina. O transporte de animais somente pode ser realizado com a GTA - Guia de Trânsito Animal que precisa acompanhar para toda movimentação de animais (entrada e saída da propriedade), mesmo quando realizada dentro do mesmo município e entre vizinhos.
A emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA para o transporte de bovinos e bubalinos originários de estados ou região onde a vacinação contra a febre aftosa é obrigatória deve respeitar:
I - os seguintes prazos contados a partir da última vacinação:
a) quinze dias para animais com uma vacinação,
b) sete dias para animais com duas vacinações,
c) a qualquer momento após a terceira vacinação,
II- durante as etapas de vacinação, os animais somente poderão ser movimentados depois de receber a vacina obedecendo os prazos de carência previstos no item I (acima), exceto quando destinados ao abate imediato,
III - durante a etapa de vacinação e até 60 (sessenta) dias após o seu término, os animais destinados ao abate imediato ficam dispensados da obrigatoriedade da vacinação,
IV - animais acima de três meses de idade não poderão ser movimentados sem a comprovação de no mínimo uma vacinação contra febre aftosa,
V - animais oriundos de regiões onde se pratica a vacinação para participar de eventos (exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais) em regiões onde a vacinação é obrigatória, deverão apresentar histórico de pelo menos duas vacinações, sendo a última realizada no máximo até seis meses do início do evento,
VI - a critério do IMA e considerando a situação epidemiológica em determinada região, a participação de animais susceptíveis à febre aftosa em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais poderá ser suspensa temporariamente nas localidades de risco ou submetida a normas sanitárias complementares, inclusive com reforço de vacinação.